Prevalência de parasitoses intestinais em crianças atendidas em uma unidade de saúde da família em Belém, Pará, Brasil

Sheila Mara Dias, Alcione Monteiro Cardoso Pinto, Aurimery Gomes Chermont, Henrique Guimarães Gomes, Jullyane Suzana Nascimento de Medeiros

Resumo


Objetivos: Identificar a prevalência de parasitoses intestinais em crianças entre 2 e 5 anos acompanhadas pela Unidade de Saúde da Família da Pirajá, em Belém-PA, no ano de 2015; Caracterizar o saneamento básico usufruído pelas crianças infectadas;  e  Identificar se a maioria  das crianças infectadas realizam o acompanhamento adequado de puericultura. Método: Estudo documental observacional, de traços retrospectivos e descritivos, e de abordagem predominantemente quantitativa, com espaço casuístico de 108 crianças/prontuários. Resultados: Observou-se que 53 crianças (49,07%) foram infectadas por pelo menos um enteroparasita no ano de 2015 - destacando-se a Giardia lamblia isolada (30,20%); Giardia lamblia e Ascaris lumbricoides (22,64%); e Ascaris lumbricoides isolada (20,75%). Quanto aos itens de saneamento básico, das 53 crianças, 73,70% consomem água mineral por filtro doméstico ou proveniente da rede encanada com filtros, 100% recebem abastecimento de água por meio de rede encanada, e, em relação ao escoamento do banheiro ou sanitário, 86,79% (46) das é feita por rede coletora de esgoto ou pluvial. Por fim, 60,37% (32) são acompanhados adequadamente pela unidade. Conclusão: Observou-se uma  prevalência de aproximadamente 5 crianças a cada 10. Quanto ao saneamento básico, todas as crianças infectadas e suas respectivas famílias recebem água devidamente encanada, sendo que a maioria consome a água tratada por meio de filtros de água mineral ou de filtros de água direta da torneira, e todas recebem redes coletoras de esgoto ou pluvial para o escoamento de banheiro ou sanitário. Por fim, a maioria das crianças infectadas realizou acompanhamento adequado de puericultura.

Palavras-chave


Criança, Doenças Parasitárias, Qualidade da água

Referências


- Sales MC, Queiroga CD, Olida RA, Pedraza DF. Associação entre características higiênicas de creches públicas e frequência de enteroparasitoses em crianças institucionalizadas de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Rev. Cereus. 2015; 7(2): 170-87.

- Dias, DS, Menezes RAO, Souza MJC, Barbosa FHF, Andrade RF, Souto, RNP. Fatores de riscos que contribuem para as parasitoses intestinais em crianças de 0 a 5 anos em Macapá – Amapá, Brasil. Ciênc. Equat. 2013; 3 (1): 17-28.

- Pedraza DF, Queiroz D, Sales MC. Doenças infecciosas em crianças pré-escolares brasileiras assistidas em creches. Rev. Ciênc. Saúde. Colet. 2014; 19(2): 511-28.

- Kubiak K, Wrońska M, Dzika E, Dziedziech M, Poźniak H, Leokajtis M, Dzisko J. The prevalence of intestinal parasites in children in preschools and orphanages in the Warmia-Masuria province (north-eastern Poland). Przegl. Epidemiol.2015; 69 (3): 483-88.

- Alemu A. Tegegne Y, Damte D, Melku M. Schistosoma mansoni and soil-transmitted helminths among preschool-aged children in Chuahit, Dembia district, Northwest Ethiopia: prevalence, intensity of infection and associated risk factors. BMC. Public. Health. 2016; 16 (422): 1-9.

- Gashaw F (e colaboradores). Prevalence of intestinal helminth infection among school children in Maksegnit and Enfranz Towns, northwestern Ethiopia, with emphasis on Schistosoma mansoni infection. Parasit. Vectors. 2015; 8 (567):1-8.

- Cavalcante UMB, Melo SAL, Lima CMBL. Enteroparasitoses na população infantil, sua prevalência e os modelos de decisão utilizados: revisão sistemática. Rev. Saúde. Pesquisa. 2015; 8 (3): 585-90.

- Camargo EAF, Santos ML. Ocorrência de enteroparasitos em crianças de creche no município de São João da Boa Vista, SP. RBAC. 2014; 46(1-4): 83-6.

- Filho PSF, Ganassoli C, Filho ERML, Leão FF. Incidência de enteroparasitoses em crianças numa unidade de saúde da família. In: Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, 12, 2013, Belém, Pará. Anais. Congr. Bras Med. Fam. Comunidade, 2013: 1306.

Rev. Multiprofissional em Saúde do Hospital São Marcos, Teresina. 2017; Jan-Jun;3(1):99-107. 33

Dias SM, et al.

- Diniz-Santos DR, Jambeiro J, Mascarenhas RR, Silva LR. Massive Trichuris trichiura infection as a Cause of Chronic Bloody Diarrhea in a Child. J. Trop. Pedriatr. 2005; 52 (1): p.66-8.

- Macedo HS. Prevalência de parasitos e comensais intestinais em crianças de escolas da rede pública municipal de Paracatu (Minas Gerais). Rev. Bras. Anal. Clin. 2005; 37 (4): 209-13. 12- Dixon B, Parrington L, Cook A, Pintar K, Pollari F, Kelton D, Farber J. The potential for zoonotic transmission of Giardia duodenalis and Cryptosporidium spp. from beef and dairy cattle in Ontario, Canada. Vet. Parasitol. 2011; 175: 20-26.

- Santos MES, Ogando T, Fonseca BP, Junior CEG, Barçante JMP. Ocorrência de enteroparasitos em crianças atendidas no programa de saúde da família de uma área de abrangência do município de Vespasiano, Minas Gerais, Brasil. Rev. Eletr. Enf. 2006; 8(1) :25-9.

- Brasil. Ministério da Saúde. Plano nacional de vigilância e controle das enteroparasitoses. Brasília, DF, 2005; 42p.

- Sá L, Jesus I, Santos E, Vale E, Loureiro E; Sá E. Qualidade microbiológica da água para consumo humano em duas áreas contempladas com intervenções de saneamento – Belém do Pará, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2005; 14 (3): 171-80.

- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano. Brasília. 2005: 105.

- Araújo A. Colapso ameaça fornecimento de água - Problema de sempre na periferia atinge áreas cada vez maiores da cidade de Belém. Disponível em: . Acesso em 16 de outubro de 2014.

- Cairncross S, Hunt C, Boisson S, Bostoen K, Curtis V, Fung ICH, Schmidt WF. Water, sanitation and hygiene for the prevention of diarrhoea. Int. J. Epidemiol. 2010; 39 (1):193-205.

- Vasconcelos IAB, Oliveira JW, Cabral FRF, Coutinho HDM, Menezes IRA. Prevalência de parasitoses intestinais entre crianças de 4-12 anos no Crato, estado do Ceará: um problema recorrente de saúde pública. Acta. Scientiarum. 2011; 33(1): 35-41.

- Komagome SH, Romagnoli MPM, Previdelli ITS, Falavigna DLM, Dias MLGG, Gomes ML. Fatores de risco para infecção parasitária intestinal em crianças e funcionários de creche. Ciênc. Cuid. Saúde. 2007; 6 (sup. 2): 442-47.

- Prado T, Miagostovich MP. Virologia ambiental e saneamento no Brasil: uma revisão narrativa. Cad. Saúde. Pública. 2014; 30 (7): 1367-78.

- Silva JC, Furtado LFV, Ferro TC, Bezerra KC, Borges EP, Melo ACFL. Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemiológicos em crianças do estado do Maranhão. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2011; 44 (1): 100-02.

- Teixeira JC, Oliveira GS, Viali AM, Muniz SS. Estudo do impacto das deficiências de saneamento básico sobre a saúde pública no Brasil no período de 2001 a 2009. Eng. Sanit. Ambient. 2014; 19 (1): 87-96.


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.